Assim como é essencial fazer backup do Linux (e também em qualquer sistema operacional, vale dizer), também é ótimo aprender os comandos Linux básicos, para uso no dia a dia.
Seja para administrar um servidor ou apenas para uso em seu notebook com Linux, uma lista de comandos é algo que você deve adicionar aos seus favoritos.
Uma lista de comandos básicos Linux, como esta que preparei, por exemplo, listando mais de 40 (quarenta) comandos essenciais, é algo que você deve ter sempre à mão.
Em primeiro lugar, porém, vamos a alguns números e contextualizações a respeito do sistema operacional do pinguim.
Market share e alguns detalhes sobre o Linux
De acordo com o site StatCounter, o Linux tem atualmente um market share (ou participação de mercado) de 2,45%.
Entretanto, grande parte da infraestrutura de nuvem mundial (incluindo serviços de hospedagem de sites) roda em sistemas Linux e Unix.
Além disso, não menos digna de nota é a presença do sistema operacional nos principais supercomputadores. Segundo o site Statista, mais de 50% dos 500 mais poderosos do mundo rodam Linux.
Isto coloca o Linux em uma posição muito interessante, valendo também a pena lembrar que trata-se do sistema mais usado por desenvolvedores profissionais no mundo todo.
O Linux foi criado pelo programador finlandês Linus Torvalds, em 1991. Linux, na verdade, diz respeito a uma “família” de sistemas operacionais Unix de código aberto baseados no kernel (núcleo) Linux.
Mais estável, seguro e flexível, o Linux conta com diversos “sabores” (ou distribuições), adequados a uma gama enorme de necessidades.
Empresas de vários portes e em várias áreas de atuação sempre saem beneficiadas com o uso do sistema, além disso, uma vez que o SO é de uso gratuito.
O usuário doméstico também pode optar por uma dentre várias distros diferentes. Instalar o Linux, do mesmo modo, é algo muito fácil, e há uma grande gama de aplicativos open source disponíveis para o ambiente.
Ubuntu, Fedora, Mint, Manjaro, openSUSE, Elementary, etc: são muitos os nomes e “variedades”. Nesse sentido, vale lembrar também que todas elas usam um kernel Linux, e chegam até o usuário “empacotadas” com vários apps úteis.
Ou seja, você pode sempre buscar por uma distribuição que atenda melhor às suas necessidades, e o site DistroWatch pode ser um bom ponto de partida.
Sobre os comandos Linux
Os comandos, no Linux, assustam muita gente. Porém, ninguém pode negar o fato de que eles garantem maior praticidade, rapidez e poder, durante várias rotinas.
Desenvolvedores, administradores de sistemas e até mesmo o usuário comum: é sempre muito bom conhecer pelo menos os comandos essenciais. Além disso, vale dizer que não se trata de nada muito complicado.
Pelo contrário: com um pouco de estudo e prática (além deste guia) é possível usar um grande número deles em tarefas diárias, durante manutenções ou até mesmo para baixar arquivos.
No Linux, o shell funciona como um interpretador de comandos. Os comandos devem ser digitados no terminal, que os transmite, então, ao sistema operacional.
No terminal, você deve inserir os comandos Linux em texto, e é importante também dizer que é possível criar scripts com vários comandos concatenados.
Há um grande número de comandos Linux, mas também existe um grande número de operações que podem ser realizadas no Linux através de uma interface gráfica.
Comandos Linux: lidando com CLI e GUI
E grande parte das distros Linux usa uma interface gráfica. Ainda assim, todas elas usam também uma CLI (Interface de Linha de Comando), para que o usuário tenha mais poder em suas mãos.
Por exemplo: algumas vezes é preciso realizar tarefas que exigiriam diversas etapas (e maior tempo) em uma interface gráfica (ou GUI).
Através da CLI (linha de comando), porém, o processo se torna muito mais veloz e fácil. Um diretório pode ser apagado de forma recursiva, por exemplo, de modo muito mais rápido e prático.
Além disso, é importante dizer que com o uso de comandos você pode inclusive fazer modificações no sistema. Também vale dizer que o Linux não é um OS complicado nem intimidador.
Longe disso: existem distros muito amigáveis e fáceis de usar. A linha de comando é poderosa, sim, mas não deve ser temida.
Objetivo deste guia de comandos Linux
O objetivo deste artigo, deste guia de comandos Linux, é fazer com que sua vida no Linux seja mais fácil. Obviamente, nem todos os comandos estão aqui presentes, uma vez que existe um número bem vasto deles (incluindo muitas variações e modos de usar diferentes).
Assim, busquei incluir os básicos e os mais essenciais. Aqui estão listados comandos de acesso, de manipulação de diretórios e arquivos, de controle de processos, etc.
Do mesmo modo, através deste guia você poderá ter uma ideia melhor a respeito do terminal do Linux e de como as coisas funcionam nele.
Salve este guia nos seus favoritos, compartilhe com os amigos, imprima, use como referência. Apenas tome cuidado: muitos comandos podem causar estragos se usados indevidamente.
Obs: é importante dizer que o Linux diferencia letras maiúsculas de letras minúsculas inclusive durante o uso de comandos. Tenha cuidado, portanto.
Agora, abra o seu terminal e mãos à obra!
Comando man
Antes de mais nada, vamos conhecer o comando man
. O comando man
funciona como uma espécie de “manual de comandos”. De forma simples e rápida, para usá-lo basta adicionar o nome do comando sobre o qual você deseja saber mais:
man nomedocomando
Assim, por exemplo, para obter um “manual” do comando wget
, faça da seguinte forma:
man wget
Comando top
Agora, vamos conhecer o comando top
. Trata-se de um comando muito útil. Ele exibe em tempo real a atividade do processador, incluindo tarefas do kernel.
Após a digitação do comando, uma espécie de tabela aparece em tela, e através dela também é possível conferir o uso de memória e de CPU na máquina, em percentuais.
Comando free
O free
exibe em tela dados bem valiosos sobre a memória do computador (incluindo a memória swap). Memória total, em uso e livre.
Para usar, digite simplesmente o próprio comando, no terminal:
free
Comando ps
O comando ps
exibe os processos em execução na atual sessão do sistema. Ele lista inclusive os IDs dos processos:
ps
O ps
pode ser até mesmo utilizado em conjunto com o comando kill
(veja abaixo).
Comando kill
O comando kill
serve para “matar” processos. Você pode usá-lo para encerrar processos que, de repente, não estejam respondendo bem.
Antes de qualquer coisa, descubra o ID do processo problemático, através do comando ps
(veja acima).
Com o ID do processo em mãos, use o kill
, da seguinte forma:
kill -9 idDoProcesso
Por exemplo:
kill -9 35412
Onde “35412” é o processo que desejamos “matar”, por exemplo.
Comando uptime
O comando uptime
exibe o tempo de atividade do sistema, além de incluir o número de usuários logados:
Comando w
O w
lista os usuários logados no sistema, bem como o horário em que o login foi feito.
Comando uname
O uname
(ou Unix Name) retorna dados a respeito do seu sistema Linux. Para obter também informações a respeito do kernel e da arquitetura do processador, por exemplo, utilize da forma abaixo:
uname -a
Comando pwd
O comando pwd informa rapidamente “onde você está”. Ou seja, ele retorna o diretório em que você se encontra, enquanto usa o terminal.
Comando sudo
Agora, vamos dar uma conferida em outro comando muito usado no Linux. O comando sudo
serve para que você atue como um superusuário (usuário root).
Em outras palavras, através do sudo
(que significa “SuperUser Do) você indica ao sistema que o usuário que vai executar a ação seguinte é o usuário administrador (a senha de administrador é solicitada).
Por exemplo:
sudo apt-get update
Comando df
O comando df
exibe dados relacionados aos dados armazenados nos discos. Ele lista todas as partições, os respectivos sistemas de arquivos, os pontos de montagem, o espaço disponível e o espaço em uso.
Por padrão, o df
lista tudo em KBs. Entretanto, é possível “força-lo” a exibir as informações em MBs. Para isto use da forma abaixo:
df -m
Um modo alternativo de uso do df
serve para exibir rapidamente dados sobre uma partição ou pasta em específico. Por exemplo, o comando abaixo exibe dados ref. espaço na pasta /home:
df /home
Obs: substitua “/home” pelo diretório ou partição desejado.
Comando du
O comando du
permite que você saiba quanto um arquivo ou diretório ocupa.
Comando wget
Agora, e também para que você tenha uma ideia da enorme versatilidade do Linux, vale a pena conhecer o comando wget
.
Com o wget
, você pode baixar arquivos da internet. Ele é muito útil quando precisamos, através do terminal, instalar algum software. Pois com ele podemos, por exemplo (e sem sair do shell), efetuar o download e a seguir descompactar e instalar o aplicativo.
Basicamente, use-o da seguinte forma:
wget urlDoArquivo
Por exemplo:
wget https://www.idrivedownloads.com/downloads/linux/download-for-linux/Linux
Scripts/IDriveForLinux.zip
Comando history
Está com alguma dúvida a respeito de algum comando? Esqueceu de algum? O history
exibe uma lista enumerada com todos os comandos que você já usou. Simples, prático e rápido.
Comando iostat
O iostat
exibe estatísticas relacionadas ao uso da CPU, bem como estatísticas de I/O ligadas a drives
, arquivos de sistema e partições.
Caso seu sistema retorne um erro, dizendo que o comando não foi encontrado, é muito fácil instalá-lo. Busque por informações a respeito da distro que você usa, e no caso de sistemas derivados do Debian, instale o pacote “sysstat”, através do comando abaixo:
sudo apt-get install sysstat
Logo em seguida o iostat
estará pronto para utilização.
Comando mpstat
Também parte do pacote “sysstat”, o comando mpstat
exibe informações a respeito dos processadores do computador.
Para mais detalhes, a forma abaixo exibe informações individuais sobre cada um dos processadores:
mpstat -P ALL
Comando clear
Seu terminal ficou “bagunçado”? Existem muitas informações em tela? O clear
faz uma “limpeza¨.
Comando ls
Às vezes, é preciso lidar com arquivos e diretórios no terminal, e nesse sentido, vale a pena citar outro comando que você vai utilizar frequentemente.
O comando ls
, portanto, é o comando Linux que lista o conteúdo de arquivos e diretórios. Por padrão, ele exibe informações sobre o diretório em que estamos.
Em outras palavras, ao usar o ls
dentro do diretório /home/seu_usuario, por exemplo, você obterá informações sobre o conteúdo do mesmo.
Entretanto, podemos também usar o ls
para conferir o conteúdo de qualquer outro diretório, independentemente do local onde estamos no prompt. Por exemplo:
ls /home/seu_usuario
O comando acima exibirá, portanto, o conteúdo da sua “pasta pessoal”. Já o modo de uso abaixo exibe as informações com maiores detalhes, incluindo permissões e grupos:
ls -l
Para visualizar também os arquivos contidos em subdiretórios, use da seguinte forma:
ls -R
E finalmente, vale lembrar que as alternativas acima podem ser combinadas. Ou seja, para visualizar com detalhes o conteúdo do diretório /home/seu_usuario, use da seguinte forma:
ls -l /home/seu_usuario
Finalmente, para exibir arquivos ocultos, use da forma abaixo:
ls -a
E assim por diante!
Comando locate
O comando locate
é muito útil. Ele serve para que você busque por arquivos dentro da máquina. Por exemplo, o comando abaixo vai localizar todos os arquivos chamados teclinux.php dentro do computador:
locate teclinux.php
Agora, se você não sabe exatamente o nome do arquivo que deseja localizar, é possível realizar uma pesquisa incluindo “trechos” do mesmo.
Por exemplo:
locate -i coman
O comando acima localizará arquivos que contenham a palavra “coman”. Também é possível inserir mais de um “trecho”. Digamos que você lembre vagamente que o arquivo contém as palavras “coman” e “linux”:
locate -i coman*linux
Comando find
Analogamente ao locate
, o comando find
também permite que você busque por arquivos. Entretanto, aqui é preciso especificar um diretório em específico.
Por exemplo, o comando abaixo irá buscar um arquivo chamado “comandos-linux-notebook.jpg” dentro do diretório /home:
find /home/ -name comandos-linux-notebook.jpg
Comando cd
Outro comando essencial. O cd
(change directory) é usado, basicamente, para navegar através de diretórios no Linux. Use o comando cd
para acessar diretamente um caminho ou um diretório. Por exemplo:
cd /home
No exemplo acima, você acessará diretamente o diretório /home, independentemente do seu diretório atual, uma vez que foi usada a barra antes de qualquer coisa.
Agora, imagine que você está no diretório /home/seu_usuario. Para acessar o diretório “Documentos”, dentro dele, basta digitar cd Documentos
.
Usando caminhos absolutos, além disso, é possível acessar qualquer diretório à partir de qualquer outro. Digamos, por exemplo, que você está em /home/seu_usuario/Downloads. Para acessar a raiz (“/”), basta digitar simplesmente cd /
.
Vale lembrar que você pode alternar rapidamente para o diretório imediatamente acima de onde está através do comando cd ..
(cd
seguido de um espaço + 2 pontos). Já cd -
(cd
seguido de um espaço + um hífen) faz com que você retorne para o diretório onde estava anteriormente).
Comando mkdir
O comando mkdir
cria diretórios, basicamente. Para criar um diretório através dele, você só precisa acessar o local onde deseja criá-lo (por exemplo, /home/seu_usuario).
Agora, para criar, por exemplo, um diretório chamado “Testes” dentro de /home/seu_usuario, basta digitar o comando abaixo:
mkdir Testes
Também é possível trabalhar com o mkdir
e caminhos absolutos. Ou seja, estando na raiz (“/”), você pode usar o comando abaixo:
mkdir /home/seu_usuario/Imagens/novoDiretorio
E assim, será criado um diretório chamado “novoDiretorio” dentro de /home/seu_usuario/Imagens/.
Comando rmdir
Enquanto o mkdir
cria diretórios, o rmdir
serve para apagá-los. Tenha muito cuidado ao usar este comando, entretanto, para não apagar nenhum diretório importante acidentalmente.
O uso do rmdir
é muito simples. Basicamente, digite rmdir
seguido do nome do diretório. Por exemplo:
rmdir Testes
No exemplo acima, estamos informando que desejamos apagar o diretório Testes. Porém, o rmdir
não funciona no caso de diretórios que não estejam vazios. Neste caso, é necessário usar o comando rm
.
Comando rm
O rm
permite que um diretório seja apagado independentemente se existem arquivos e subdiretórios dentro dele ou não.
Nesse sentido, é importante também dizer que o comando rm
pode apagar o diretório informado bem como tudo o que está dentro dele. Basta, para isto, que o argumento “-r” seja adicionado, da seguinte maneira:
rm -r nomeDoDiretorio
Tenha também bastante cautela aqui, para não apagar diretórios e/ou conteúdos importantes sem querer.
Comando mv
O comando mv
é usado para mover arquivos e diretórios. De uso muito simples, porém, o mv
também pode ser utilizado para renomear arquivos e pastas.
Você deve utilizá-lo após acessar o diretório que contém o conteúdo que deseja mover. Por exemplo, digamos que você deseja mover um arquivo de texto chamado “teste.txt”, localizado dentro do diretório /home/seu_usuario/Downloads, para o diretório /home/seu_usuario/Área de Trabalho/pasta-test/.
Antes de mais nada, use o comando cd
(veja acima) para acessar o diretório onde o arquivo se encontra. A seguir, use o comando abaixo:
mv teste.txt /home/seu_usuario/Área de Trabalho/pasta-test
Ou seja, os argumentos aqui incluem o nome do arquivo e o diretório destino. Simples, não?
Similarmente, o comando mv
também pode ser usado para renomear arquivos ou pastas. Por exemplo, o comando abaixo renomeia o arquivo teste.txt para novoNome.txt:
mv teste.txt novoNome.txt
Observe que é possível também usar caminhos absolutos com o comando mv
.
Comando cp
O comando cp
realiza cópias de arquivos de um diretório para outro. Para usá-lo, você deve informar o conteúdo a ser copiado e o local de destino.
Por exemplo, o comando abaixo copiará o arquivo “novoArquivo.txt”, localizado em /home/seu_usuario/Downloads/pasta-test/, para o diretório /home/seu_usuario/Imagens:
cp /home/seu_usuario/Downloads/pasta-test/novoArquivo.txt /home/seu_usuario/Imagens
Caso o arquivo a ser copiado esteja no diretório onde você se encontra, basta usar seu nome seguido do destino.
Por exemplo, estando no diretório /home/seu_usuario/Downloads/pasta-test, use o comando abaixo para copiar o arquivo “novoArquivo.txt” para /home/seu_usuario/Imagens/:
cp novoArquivo.txt /home/seu_usuario/Imagens/
E para ganhar mais segurança, é possível receber um alerta caso o diretório destino já contenha um ou mais arquivos com o mesmo nome. Basta usar o argumento “-i¨, conforme abaixo:
cp -i novoArquivo.txt /home/seu_usuario/Imagens/
Finalmente, o comando cp
também permite a cópia de diretórios inteiros. Basta, para tanto, usar o argumento “-a”. Por exemplo:
cp -a pasta-test /home/seu_usuario/Imagens
Comando htop
O htop
é um dos comandos Linux mais bacanas e úteis. Usado para monitoramento do sistema em tempo real, ele exibe processos, IDs de processos, usuários e uso de CPU e RAM, dentre outros elementos.
O htop
exibe também alguns dados adicionais, tais como, por exemplo, uptime
da máquina e uso da memória swap.
Além disso, o comando é uma espécie de aplicativo em modo texto. Ele é também uma evolução de outro comando, o top
. E caso seu sistema apresente alguma lentidão e/ou problema, você pode perfeitamente usar o htop
para tentar descobrir o culpado.
O comando apresenta as informações em uma tela muito intuitiva e até mesmo bonita, apesar de contar majoritariamente com texto puro. Colorida, a interface do htop também pode ser customizada.
Pressionando F2 (setup), você pode adicionar ou remover “medidores”, alterar o esquema de cores, e muito mais. É possível também alternar entre visualização em árvore e lista, utilizar filtros e até mesmo utilizar o comando kill
para “matar” algum processo problemático.
Ou seja, o htop
é um comando muito útil, capaz de ajudar bastante nas tarefas diárias de administração
É possível, entretanto, que o comando não esteja instalado em algumas distribuições. Se for o seu caso, tente pesquisar na internet. Ou então, caso utilize um SO derivado do Debian (como o Ubuntu, por exemplo), instale-o através do seguinte comando:
sudo apt-get install htop
Comando cat
O cat
(concatenate, ou concatenar) é um dos comandos Linux mais utilizados. Ele permite que você visualize, no próprio terminal, o conteúdo de um arquivo.
Simplesmente digite cat
seguido do nome completo do arquivo, para então conferir o seu conteúdo na saída padrão.
O cat
também serve para criar novos arquivos. Por exemplo: o comando abaixo criará um novo arquivo .html:
cat > novoArquivo.html
Comando touch
O comando touch
cria arquivos vazios. Porém, ele também permite que o registro de data e de hora (timestamp) de um arquivo seja modificado.
Para usá-lo na criação de arquivos vazios, digite simplesmente touch
seguido do nome e da extensão do arquivo. No touch
, o argumento “-m” modifica o timestamp de um arquivo inserindo a hora atual.
Já o argumento “-am” altera ao mesmo tempo a hora de acesso e a hora de modificação. Por exemplo:
touch -am testando.php
Comando grep
O grep
é outro comando muito usado no mundo do Linux. Trata-se de um comando que permite que você busque por textos específicos dentro de um arquivo. Por exemplo, o comando abaixo irá buscar pelo texto “Dicas” dentro do arquivo “testando.php”:
grep Dicas testando.php
O resultado será destacado no prompt, para fácil visualização.
Comando head
O comando head
é de fácil uso. E como seu nome deixa claro, o comando serve para que você visualize as primeiras linhas de um arquivo de texto.
Por padrão, o head
exibe as 10 primeiras linhas do arquivo. Entretanto, é possível usar argumentos extras para especificar qualquer número de linhas. Por exemplo, o comando abaixo listará as 2 primeiras linhas do arquivo:
head -n 2 testando.php
Comando tail
O tail
é um comando de certa forma similar ao head
. Ao contrário do último comando que vimos, porém, o tail
exibe as últimas linhas de um arquivo de texto.
Por padrão, o comando exibe as 10 últimas linhas. Mas aqui também é possível usar argumentos adicionais para exibir qualquer outro número de linhas.
Por exemplo, o comando abaixo exibirá as duas últimas linhas do arquivo:
tail -n 2 testando.php
Comando shred
O comando shred
serve para que você delete arquivos com total segurança. O comando sobrescreve o conteúdo de um arquivo várias vezes (usando dados aleatórios), tornando praticamente impossível sua posterior recuperação.
Basicamente, use o comando shred
seguido de um espaço + o nome do arquivo + o argumento “-u”. Ou seja:
shred testando.php -u
Agora, para acompanhar todo o processo no terminal, use o argumento “-v”, da seguinte forma:
shred -v testando.php
O arquivo acima (testando.php) foi então sobrescrito diversas vezes, conforme aponta a saída:
Agora, para especificar o número de vezes que o arquivo deverá ser sobrescrito com dados aleatórios (para ainda mais segurança), podemos utilizar o comando da forma abaixo.
No exemplo abaixo, aliás, indicamos que desejamos sobrescrever o arquivo 15 vezes, bem como acompanhar todo o processo no terminal:
shred -n 15 -v testando.php
Obs: é possível indicar qualquer número de operações de regravação.
Comando diff
O diff
é um comando para comparação de arquivos. Ele permite, por exemplo, que o conteúdo de dois arquivos sejam comparados.
O diff
realiza uma análise dos dois arquivos e exibe então as linhas que são diferentes entre eles. O comando exibe o conteúdo linha a linha, e para usá-lo, digite simplesmente diff
seguido dos nomes (incluindo extensões ) dos arquivos a serem comparados. Por exemplo:
diff arquivo1.php arquivo2.php
Comando chmod
O chmod
é outro comando muito usado no Linux, e ele torna possível alterar as permissões de um arquivo (ou de uma pasta).
Vale lembrar que este é um comando que pode ser usado em conjunto com diversos argumentos adicionais. Trata-se de um comando, aliás, de uso um tanto quanto complexo, dependendo da situação.
É importante também que você saiba quais são as permissões básicas que um arquivo pode ter, para assim tenha uma noção melhor do chmod
:
- r (leitura);
- w (gravação);
- x (execução);
Com isto em mente, é também importante lembrar que no Linux trabalhamos com permissões básicas para “usuário” (ou proprietário), “grupo” e “outros¨. Ou seja, é possível lidar com permissões de uma forma bem complexa.
Por exemplo, o comando abaixo irá alterar as permissões do arquivo, de maneira tal que as 3 categorias acima descritas (usuário, grupo e outros) passarão a ter o direito de executar o arquivo:
chmod a+x testando.php
O chmod
pode ser combinado com uma série de argumentos e usos.
Comando chown
O comando chown
serve para que você altere a propriedade de um arquivo. Ou seja, para que um arquivo mude de “dono”.
Por exemplo, o comando abaixo mudará o “dono” do arquivo “testando.php¨, de maneira tal que ele passe a ser propriedade do usuário “usuário2”:
chown usuario2 testando.php
Já o modo de uso abaixo permite alterar, ao mesmo tempo, o proprietário e o grupo ao qual pertence o arquivo:
chown proprietario_novo:grupo_novo testando.php
Comando tar
O comando tar
, no Linux, é muito usado. Assim como o chmod
, entretanto, ele é bem complexo.
Usado para compactar (em um tarball) e descompactar arquivos, grande parte do tempo, o tar
também é capaz de manter intactas as permissões, os links diretos e os simbólicos.
O comando ainda pode compactar um arquivo ou pasta no formato gzip, e um de seus usos básicos pode ser o abaixo:
tar -czf teclinux.tar.gz TecLinux
No exemplo acima, estamos compactando o diretório TecLinux em um arquivo chamado teclinux.tar.gz. Além disso, vale lembrar que usamos os argumentos “-czf” devido aos seguintes motivos:
- c = create (para criar um arquivo);
- z = compactação com gzip;
- f = para a criação do arquivo compactado;
E para descompactar o arquivo criado através do exemplo acima, usamos o comando abaixo:
tar -xzf teclinux.tar.gz
Aqui, usamos -x (de eXtract) no lugar do -c.
Comandos zip e unzip
Estes dois comandos servem para compactar e descompactar arquivos, respectivamente. Para compactar um arquivo, informe, após o comando zip
, o nome que deseja dar ao arquivo compactado, seguido do arquivo que deseja compactar. Por exemplo:
zip compactado.zip compactado.php
Obs: também é possível compactar vários arquivos dentro de um diretório, ao mesmo tempo, simplesmente usando o argumento “*.*”. Veja:
zip compactado.zip *.*
Agora, para descompactar, use o comando unzip
seguido do nome completo do arquivo a ser descompactado. Por exemplo:
unzip compactado.zip
Comando traceroute
O comando traceroute
no Linux serve para que você acompanhe todo o trajeto de um determinado pacote de dados, incluindo informações sobre os hosts local e remoto.
Em outras palavras, o traceroute
informa a rota completa que um pacote de dados percorre, da origem ao destino. Assim, é até mesmo possível identificar o ponto onde está o problema.
Por exemplo:
traceroute google.com
O comando acima “traçará a rota” entre o seu computador e o servidor que responde pelo google.com.
E caso sua distribuição não tenha o traceroute
instalado, é muito simples instalá-lo, através do comando abaixo:
sudo apt install traceroute
Comando ping
O ping
permite averiguar o status de conectividade entre o seu computador e um dispositivo remoto.
Através do envio de várias mensagens ICMP (Internet Control Message Protocol), o ping
pode indicar o funcionamento perfeito ou não da conectividade entre sua rede e um IP ou host destino.
O comando ping
envia uma solicitação e aguarda pela resposta, indicando inclusive o número de pacotes enviados, recebidos e perdidos. O comando também indica a latência (em milissegundos).
Vim
O vim, na verdade, é um editor de textos de código aberto usado há muito tempo no mundo Linux. Ele é bem versátil, apesar de muitas pessoas terem um pouco de medo dele.
Para editar rapidamente um arquivo, simplesmente digite o “comando” vim
seguido do nome completo do arquivo. Por exemplo:
vim nomeDoArquivo.txt
Obs: caso o vim não esteja instalado na sua distro, instale-o rapidamente através do comando abaixo (ou busque por alternativas adequadas de instalação de acordo com sua distro):
sudo apt install vim
Aliás, vale também a pena citar aqui alguns comandos básicos do vim:
- j: move o cursor para baixo;
- k: move o cursor para cima;
- h: move o cursor para a esquerda;
- l: move o cursor para a direita;
- i: entra no modo de inserção;
- esc: retorna ao modo normal;
- :w (dois pontos + w, seguido de um ENTER): salva as modificações feitas no arquivo;
- :q (dois pontos + q, seguido de um ENTER): sai do arquivo atual;
- :wq (dois pontos + w + q, seguido de um ENTER): salva o arquivo atual e sai dele;
Conclusão do guia de comandos Linux
Enfim, chegamos ao final deste guia contendo diversos comandos Linux essenciais para sua rotina diária com o sistema operacional do pinguim.
Vale dizer, além disso, que existe uma infinidade de comandos, variações e argumentos adicionais. Nesta primeira lista busquei me focar nos essenciais, naqueles que são, digamos, parte importante do dia a dia de administradores de sistemas, desenvolvedores e usuários comuns, como eu e você.
O Linux é um sistema operacional fantástico, e como deu para você perceber, lidar com ele através da linha de comando nos garante vantagens enormes.
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