É muito fácil proteger arquivos e pastas com senha no Linux. Existem inúmeras ferramentas de código aberto específicas para estes casos.
E você pode desejar proteger um diretório ou um arquivo específico por diversos motivos, é claro. Se você compartilha seu computador com outra pessoa, digamos que é muito importante utilizar estas proteções, em algum nível.
Agora, se você precisa enviar a máquina para a manutenção, por exemplo, ou até mesmo no caso de utilizar algum serviço de backup em nuvem, proteger arquivos (e/ou pastas) de forma adequada é imprescindível.
De qualquer forma, é muito importante que você conheça métodos de proteção e/ou criptografia, a fim de manter suas informações privadas e seguras.
Assim, este guia completo tem por objetivo ensinar você a utilizar alguns métodos de proteção de arquivos e diretórios no Linux.
Métodos que utilizam apenas ferramentas gratuitas e open source, vale lembrar.
Por que proteger arquivos e pastas?
Para manter seus arquivos e pastas seguros no Linux (e em qualquer sistema operacional), é essencial utilizar métodos de proteção adequados.
A proteção através de senha pode garantir sua privacidade, bem como a segurança de seus arquivos e diretórios (e informações importantes aí contidas).
Através da proteção adequada, você garante que apenas as pessoas autorizadas (ou apenas você) terão acesso aos seus dados.
Além disso, a criptografia, por exemplo, é uma forma muito eficaz de prevenção de perdas ou roubos de informações confidenciais.
Criptografar pastas e arquivos, por exemplo, bem como utilizar senhas fortes, é muito importante, seja você proprietário de uma empresa, ou apenas alguém que deseja proteger arquivos de diversos tipos, bem como documentos, fotos e vídeos.
Portanto, é importante entender a importância da proteção com senha no Linux e implementá-la em seus arquivos e diretórios.
Escolha o método de proteção mais adequado
Existem diversos métodos disponíveis para que você seja capaz de proteger seus arquivos e pastas com senha no Linux.
Além disso, é importante destacar que existem tanto métodos que funcionam única e exclusivamente através do terminal quanto alternativas que contam com uma interface gráfica.
Este guia cobre estas duas opções, e tem por objetivo fazer com que você seja capaz de escolher o método mais adequado às suas necessidades de segurança e privacidade.
Alguns métodos muito populares incluem a utilização de softwares de criptografia de código aberto, como o GnuPG e o VeraCrypt, por exemplo.
Certifique-se de entender as opções demonstradas abaixo, para que você então possa escolher o método mais adequado.
Crie uma senha forte e segura
Em primeiro lugar, é essencial que você crie senhas fortes e seguras, de modo que, ao proteger arquivos e pastas, você não acabe ficando suscetível a métodos de força bruta.
Assim, você deve evitar senhas óbvias, como datas de nascimento ou palavras comuns. Em vez disso, utilize combinações de letras maiúsculas e minúsculas, bem como números e caracteres especiais.
Gerenciadores de senha geralmente contam com geradores poderosos, e você pode usá-los seguramente quando necessário.
Além disso, dê preferência a senhas longas (nunca com menos de 8 caracteres, por exemplo), e evite utilizar a mesma senha para arquivos ou pastas diferentes (e, claro, use também gerenciadores de senha para armazenar todos estes dados).
Lembre-se de que uma senha forte é a primeira linha de defesa contra hackers e invasores.
Como proteger arquivos com senha
A fim de proteger de forma adequada seus diretórios e arquivos no Linux, utilizaremos alguns métodos e ferramentas diferentes.
Abaixo você encontra ferramentas, métodos e instruções detalhados. Alguns deles, além disso, podem ser utilizados de forma bem ampla.
Mas para evitar complicações, e de modo a deixar este guia o mais simples possível, focarei apenas nos recursos voltados a proteger diretórios (ou arquivos individuais).
Como proteger arquivos com senha através do GnuPG
O GnuPG é uma ferramenta open source para criptografia, que inclusive suporta diversos algoritmos. Trata-se de um dos softwares mais antigos nesta categoria, que pode ser inclusive integrado a outras ferramentas.
O GnuPG (GNU Privacy Guard), ou GPG, é pré-instalado em diversas distribuições Linux, mas também é um programa que se encontra disponível para outros sistemas, como FreeBSD e Windows, por exemplo.
De forma bem rápida, você pode verificar agora mesmo se o GnuPG está instalado no seu Linux. Abra o terminal e digite o seguinte comando:
gpg --version
Caso a saída seja semelhante à imagem abaixo, o GnuPG encontra-se instalado. Em caso contrário, você pode buscar pelo programa nos repositórios da sua distribuição ou então no próprio site oficial.
Como criptografar arquivos através do GnuPG
O GnuPG (ou GPG) funciona através da linha de comando. Ou seja, neste momento você deve abrir seu terminal e utilizar o comando cd
para navegar até o diretório onde os arquivos que serão criptografados se encontram.
Nesse sentido, talvez seja interessante você também ler este guia, que possui informações relacionadas a alguns comandos básicos, incluindo o cd
.
Agora, estando no diretório desejado, use um comando com a seguinte sintaxe, para criptografar o arquivo:
gpg -c [nome_Do_Arquivo]
Por exemplo:
gpg -c teclinux.txt
Obs: no exemplo acima, estamos criptografando/protegendo o arquivo de texto teclinux.txt
. Além disso, é possível criptografar arquivos de qualquer tipo. Não se preocupe.
Após a execução do comando acima, você deverá informar uma senha de proteção. Não se esqueça de recorrer a um gerenciador de senhas (mais detalhes acima), gere uma senha forte e então utilize-a para proteger o arquivo.
Finalmente, o arquivo foi criptografado com sucesso, e o GnuPG gerou um arquivo com extensão .gpg
. Em nosso exemplo, foi gerado um arquivo chamado teclinux.txt.gpg
.
Para maior segurança, não se esqueça de apagar o arquivo original/descriptografado.
Como descriptografar arquivos através do GnuPG
Agora, a qualquer momento você pode descriptografar os arquivos protegidos através do GnuPG. Para isto, basta usar um comando semelhante ao abaixo:
gpg [nome_Do_Arquivo]
Por exemplo:
gpg teclinux.txt.gpg
Obs: observe apenas que é necessário informar o nome completo do arquivo.
Executando o comando acima, você deverá informar a senha correta para que o arquivo seja desprotegido, ou seja, a mesma senha que você utilizou para a criptografia.
Finalmente, o arquivo original será reposto, e você poderá trabalhar com ele normalmente.
Como proteger arquivos com senha através do AES Crypt
O AES Crypt é outra ferramenta de código aberto que você pode utilizar para proteger arquivos e pastas com senha no Linux.
Disponível para diversos sistemas operacionais, como Linux, Windows e Mac, por exemplo, o AES Crypt é fácil de usar e poderoso.
O programa, ao contrário do GnuPG, funciona através da interface gráfica, o que faz com que seu uso seja ainda mais facilitado.
Obs: o pacote que você baixa do site oficial também inclui uma versão que funciona através da linha de comando. Porém, de forma a manter a simplicidade neste guia, mencionarei apenas a versão que roda através de uma GUI.
O aplicativo de criptografia foca bastante na facilidade de uso, ou seja, ele permite que qualquer pessoa consiga proteger arquivos e diretórios com senha e sem complicações.
Além disso, vale mencionar que o AES Crypt utiliza criptografia AES de 256-bits. Uma vez criptografados, seus arquivos estarão em total segurança (não se esqueça, porém, de usar uma senha forte).
Como instalar o AES Crypt no Linux
O AES Crypt pode ser instalado em inúmeras distribuições. A área de downloads do site oficial (veja abaixo) disponibiliza binários para download.
Após o download, acesse a pasta onde o pacote .gz
foi baixado e extraia-o. Para a extração, você pode usar o software de compressão de sua preferência, através do terminal ou da interface gráfica.
Após a descompactação, você obterá um instalador que deve então ser executado. Simplesmente clique duas vezes sobre ele, informe a senha de administrador e clique em “Next” até o final, encerrando com “Finish”.
Pronto, o AES Crypt foi instalado com sucesso.
Como criptografar arquivos através do AES Crypt
Utilizar o AES Crypt é muito fácil. Através dele, proteger arquivos com senha é muito simples. Tão simples que algumas vezes algumas pessoas até se confundem um pouco.
Acontece que o aplicativo, de certa forma, se integra ao menu de contexto do sistema operacional. Assim, você deve especificar que deseja abrir o arquivo que será criptografado através do AES Crypt.
Ou seja, através do seu gerenciador de arquivos preferido, acesse a pasta onde se encontra o arquivo que você deseja criptografar.
Agora, clique com o botão direito do seu mouse sobre o arquivo, para que o menu de contexto seja aberto. Em seguida, selecione a opção “Abrir com”, e finalmente clique em “Outro aplicativo”:
Em seguida, localize (ou pesquise) o AES Crypt, e peça para que o arquivo que você deseja proteger seja aberto com ele. Por exemplo:
Agora o AES Crypt entra em ação, e você deve informar e confirmar uma senha de proteção.
De modo similar ao que acontece com o GnuPG, o AES Crypt também cria um arquivo criptografado no mesmo diretório do arquivo original. Assim, um arquivo com extensão .aes
será criado (por exemplo, teclinux.txt.aes
).
Este arquivo somente pode ser aberto, de agora em diante, mediante a informação da senha correta.
É importante também lembrar que o AES Crypt pode proteger vários arquivos ao mesmo tempo. Assim, ao invés de selecionar apenas um, basta que você selecione vários arquivos, mantendo o SHIFT
ou o CTRL
pressionados durante a seleção.
A partir daí, repita os procedimentos acima. Informe que deseja abrir os arquivos através do AES Crypt, e ele solicitará a senha (conforme o número de arquivos).
Obs: os procedimentos de “Abrir com” e afins podem variar um pouco, dependendo do sistema. Porém, observe que tudo é bem simples. Basta informar que você deseja abrir o arquivo através do AES Crypt.
Como descriptografar arquivos através do AES Crypt
Aqui também o processo é muito simples. Para descriptografar qualquer arquivo protegido através do AES Crypt, simplesmente localize-o, através do gerenciador de arquivos de sua preferência, e abra-o.
Ou seja, você deve localizar o arquivo com extensão .aes
e clicar duas vezes nele. Na próxima tela, localize o AES Crypt mais uma vez e selecione-o para a abertura.
Em seguida, basta informar a senha de proteção, para que o arquivo seja então descriptografado. Simples, não?
Como proteger arquivos com senha através do ZIP
O comando ZIP esteve presente em outro guia aqui no TecLinux. O ZIP, nesse sentido, é outra ferramenta CLI que você pode utilizar para proteger arquivos e pastas com senha no Linux.
Proteger arquivos com senha através do ZIP, além disso, é também muito fácil, e vale lembrar que o utilitário vem pré-instalado em um número bem grande de distros.
De qualquer forma, seguem abaixo comandos para instalação em algumas distros.
Como instalar o ZIP no Linux
No Ubuntu e derivados, use o comando abaixo:
sudo apt install zip
No Arch Linux, Manjaro e derivados, use o seguinte comando:
sudo pacman -S zip
Agora, no openSUSE, você deve usar o comando abaixo:
sudo zypper install zip
E no Fedora, por exemplo, use o seguinte comando:
sudo dnf install zip
Realizando a proteção de arquivos com senha através do ZIP
Em primeiro lugar, você deve abrir seu terminal e, através do comando cd
, acessar a pasta onde se encontra o arquivo que deve ser protegido.
O comando para compactar o arquivo e especificar uma senha de proteção tem a seguinte sintaxe:
zip -e [nome_Do_Arquivo_Compactado.zip] [arquivo_A_Ser_Protegido]
Obs: em nome_Do_Arquivo_Compactado.zip
você deve informar o nome desejado para o arquivo protegido, enquanto arquivo_A_Ser_Protegido
é o arquivo que você deseja proteger.
Por exemplo:
zip -e compactado.zip teclinux.txt
O comando acima criará um arquivo compactado com o nome de compactado.zip
, e ele conterá o arquivo teclinux.txt
.
Após executar o comando, você deverá informar e confirmar uma senha de proteção para o arquivo. Diretamente no terminal.
Veja:
Agora, para compactar todos os arquivos presentes no diretório, independentemente de seus tipos, basta utilizar o seguinte comando:
zip -e compactado.zip *.*
Apenas lembre-se de alterar compactado.zip
pelo nome de sua preferência. A senha será solicitada logo a seguir.
Obs: não se esqueça de apagar o arquivo original/descompactado após gerar o arquivo ZIP protegido, para maior segurança.
Descompactando arquivos com senha através do ZIP
Você pode perfeitamente descompactar um arquivo protegido com senha através do ZIP pela interface gráfica. Porém, vamos continuar no terminal.
O comando para descompactação é o seguinte:
unzip compactado.zip
Não se esqueça de alterar compactado.zip
pelo nome correto do arquivo, e lembre-se de que a senha será solicitada, no próprio terminal, antes da descompactação. Simples, não?
Como proteger pastas com senha
Agora chegou o momento em que você irá aprender a proteger pastas com senha. Algumas ferramentas se repetem, aqui.
Além disso, os procedimentos são também bem simples, e você pode sempre optar pela ferramenta de sua preferência.
Como proteger pastas com senha através do GnuPG + TAR
O GnuPG também pode ser utilizado neste caso, também de forma muito simples.
É necessário, porém, que você o utilize de forma combinada com o comando TAR
. Confira abaixo os detalhes necessários.
Como criptografar pastas através do GnuPG + TAR
O comando para proteger pastas através do GnuPG + TAR
possui a seguinte sintaxe:
tar czvf - [pasta] | gpg --symmetric --cipher-algo aes256 -o [arquivo.tar.gz.gpg]
Observe que pasta
indica o diretório, ou o caminho, que será protegido. Já arquivo.tar.gz.gpg
indica o nome que você deseja dar ao arquivo protegido com senha.
Além disso, no comando acima estamos utilizando criptografia AES de 256 bits.
Por exemplo:
tar czvf - ~/testesTeclinux | gpg --symmetric --cipher-algo aes256 -o protegido.tar.gz.gpg
Aqui, você está compactando e protegendo com senha o diretório ~/testesTeclinux
, enquanto o arquivo de saíra será o protegido.tar.gz.gpg
.
Obs: quando o comando é executado, você deve informar e confirmar a senha de proteção.
É importante também dizer que você pode tanto trabalhar com caminhos absolutos quanto com caminhos relativos.
Obs: para maior segurança, não se esqueça de apagar o arquivo original (sem criptografia) após a geração do arquivo protegido.
Como descriptografar pastas através do GnuPG
O comando para descriptografar um diretório através do GnuPG + TAR
tem a sintaxe abaixo:
gpg -d [nome_Do_Arquivo.tar.gz.gpg] | tar xvzf -
Por exemplo, para que você seja capaz de descriptografar o arquivo que foi protegido no capítulo anterior:
gpg -d protegido.tar.gz.gpg | tar xvzf -
E assim por diante.
Observe que assim que o comando acima for executado, a senha para descriptografar o arquivo será solicitada. Simples, não?
Como proteger pastas com senha através do VeraCrypt
O VeraCrypt é mais uma excelente ferramenta de criptografia de código aberto. Indo bem além da “simples” criptografia de arquivos e pastas, ele também permite que você criptografe uma partição na íntegra.
Além disso, o software open source conta com recursos para criar discos virtuais protegidos, dentre outras opções muito interessantes.
Dentro do escopo deste guia, você vai aprender a criptografar pastas inteiras através do VeraCrypt. Nós também utilizaremos o programa em sua versão com interface gráfica, para facilitar ainda mais as coisas.
Como instalar o VeraCrypt no Linux
Existem versões do VeraCrypt para Windows e Mac, além do Linux. Você pode baixar um arquivo .tar.bz2
diretamente do site oficial (detalhes abaixo) e extraí-lo em seu computador.
Após a extração (e você pode usar o software descompactador de sua preferência), execute o instalador obtido, e siga os procedimentos sugeridos na tela.
O site oficial da ferramenta também disponibiliza pacotes .DEB e .RPM, vale lembrar. Além disso, o software também pode ser encontrado nos repositórios de algumas distros.
Como criptografar pastas através do VeraCrypt
Para que você possa proteger arquivos e pastas em seu Linux através do VeraCrypt, é preciso criar um volume, uma espécie de contêiner protegido.
Ou seja, na tela inicial do VeraCrypt, você deve escolher um dos slots vagos, para então poder criptografar diretórios.
Dessa forma, procure pelo programa em seu menu de aplicativos e abra-o. Na tela inicial, selecione qualquer slot disponível e clique em “Create Volume”.
Veja:
Na tela seguinte, clique em “Create an encrypted file container”, e a seguir clique no botão “Next”:
Agora, você deve escolher a opção padrão, ou seja, marque a opção “Standard VeraCrypt volume”, conforme a imagem abaixo:
Após selecionar a opção padrão, de acordo com a imagem acima, clique em “Next”.
Na próxima tela, você deve criar o arquivo que armazenará o volume criptografado. Este arquivo pode ser criado em qualquer diretório, e até mesmo em unidades externas (como um pen drive, por exemplo).
Assim, clique agora em “Select file”:
Agora, na nova janela aberta, você deve informar um nome para o arquivo/volume, bem como o local em que ele será criado.
Dessa forma, digite o nome desejado e clique no botão “Salvar” (Save):
Editando detalhes do volume protegido com o VeraCrypt
Após clicar em “Salvar”, você retornará para a tela anterior (Location). Simplesmente clique em “Next”, e você será então direcionado à tela de opções de criptografia (Encryption Options).
Agora é necessário escolher os algoritmos referentes à criptografia e ao hash. Não modifique nada, ou seja, deixe as opções padrão selecionadas, que são:
- Encryption Algorithm: AES;
- Hash Algorithm: SHA-512.
Veja:
Após a seleção das opções de criptografia, de acordo com a tela acima, clique no botão “Next”.
A tela seguinte (Volume Size) solicita que você informe um tamanho para o volume que será criado. Lembre-se de que você poderá adicionar quaisquer tipo de arquivos e pastas neste volume protegido.
Assim, informe um valor razoável, de acordo com suas necessidades, e clique então em “Next”:
Na próxima tela, você deve informar e confirmar a senha para proteger arquivos e pastas. Trata-se da senha de proteção do volume criptografado.
Lembre-se agora das dicas do capítulo “Crie uma senha forte e segura” (acima). De preferência, siga a recomendação do próprio VeraCrypt e crie uma senha com pelo menos 20 caracteres.
Em caso contrário, o aplicativo perguntará se você realmente deseja prosseguir com uma senha “curta” (plenamente possível, também).
Assim, digite a senha e confirme-a, clicando a seguir em “Next”:
Finalizando a criação do volume protegido com o VeraCrypt
Neste momento, o VeraCrypt irá solicitar que você escolha o sistema de arquivos que será utilizado no volume criptografado.
Vários sistemas de arquivos estão disponíveis, incluindo FAT e NTFS, por exemplo. Porém, sugiro que você escolha “Linux Ext4”.
Selecione então a opção “Linux Ext4” e clique em “Next”:
A seguir, para facilitar, deixe a opção padrão marcada (I will mount the volume on other platforms). Dessa forma, você poderá proteger suas pastas e arquivos com senha no Linux e acessar os dados em outras plataformas:
Clique agora em “Next”, e na tela seguinte você deverá movimentar seu mouse de forma rápida e aleatória, para aumentar a força da criptografia.
Agora você pode a qualquer momento clicar no botão “Format”, para que o volume seja criado e você seja então capaz de proteger arquivos e diretórios inteiros através de um volume criptografado.
Veja:
O processo de formatação será agora iniciado, e poderá levar algum tempo. A seguir, você deve informar novamente a senha utilizada para criptografar o volume.
Finalmente, o volume criptografado foi criado, e este é o principal detalhe para que você seja capaz, então, de proteger arquivos e pastas de forma adequada na sua distro Linux.
Uma pequena janela será exibida, neste momento (The VeraCrypt volume has been successfully created“). Basta clicar em “OK” e depois fechar a janela anterior.
Como descriptografar pastas através do VeraCrypt
É importante destacar que, com um volume criptografado através do VeraCrypt, você pode proteger arquivos e diretórios com senha de forma bem fácil.
Ou seja, através deste volume você tem uma área segura, um drive separado, um disco virtual seguro, que pode ser aberto apenas mediante informação da senha correta. Você pode copiar para dentro desta unidade tudo aquilo que deseja proteger.
Você pode armazenar nesta unidade, a qual é inclusive devidamente identificada no seu sistema Linux (através de um gerenciador de arquivos, por exemplo), qualquer tipo de arquivo, e também pastas inteiras.
É necessário, porém, montar o volume do VeraCrypt antes de acessá-lo, obviamente. Assim, abra novamente o software e em sua janela principal, selecione qualquer slot vago.
Agora, é necessário informar o arquivo que contém o volume protegido no campo “Volume”. Clique no botão “Select File”, conforme a imagem abaixo:
O explorador de arquivos será aberto. Agora, você deve acessar a pasta onde gerou o arquivo e então selecioná-lo (abrir):
Neste momento você retornará para a tela principal do VeraCrypt. A diferença, agora, é que o campo “Volume” encontra-se preenchido, com o caminho completo para o arquivo criptografado (o volume):
Finalmente, clique no botão “Mount”, conforme a imagem acima. A seguir a senha será solicitada, informe-a e aguarde a abertura do volume protegido.
Utilizando o volume protegido através do VeraCrypt
Você acabou de criar seu primeiro volume protegido através do VeraCrypt. Proteger arquivos e pastas inteiras através desta ferramenta é muito fácil, como você pode perceber.
De agora em diante, após a montagem do volume (veja acima), você só precisa copiar para o mesmo todos os arquivos e pastas que deseja proteger. É simples assim: basta copiar e colar.
Lembre-se apenas de respeitar o tamanho que você alocou para o volume, pois caso este seja ultrapassado ocorrerá um erro relacionado a espaço insuficiente.
E para proteger novamente o volume criptografado, basta acessar a tela inicial do VeraCrypt e clicar no botão “Dismount”.
A partir daqui, quando você desejar montar/abrir o volume novamente, será preciso informar a senha.
Dessa forma, perceba que proteger diretórios com senha no Linux não é algo complicado, principalmente se você utilizar um software como o VeraCrypt.
Vale também a pena lembrar que você pode criar vários volumes protegidos, a fim de proteger pastas e/ou arquivos distintos, por exemplo.
Como proteger pastas com senha através do ZIP
Você também pode utilizar a ferramenta ZIP para proteger pastas com senha no Linux. E o procedimento é bem simples, como você verá a seguir.
Obs: verifique o capítulo sobre a instalação do ZIP no Linux (acima), caso ainda não conte com a ferramenta no seu sistema.
O comando para compactar um diretório e definir uma senha de proteção tem a seguinte sintaxe:
zip -re [arquivo_Destino.zip] /caminho/completo
Por exemplo:
zip -re criptografadoTeclinux.zip ~/testesTeclinux
Através do comando acima, estamos criando um arquivo compactado chamado criptografadoTeclinux.zip
, o qual contém o diretório ~/testesTeclinux
(incluindo seus subdiretórios e arquivos).
Veja a saída:
Você pode trabalhar tanto com caminhos absolutos quanto com relativos, tanto em relação ao arquivo de saída (criptografadoTeclinux.zip
) quanto em relação à pasta que será compactada (~/testesTeclinux
). Você deve apenas realizar os devidos ajustes.
Obs: e para mais segurança, não se esqueça de apagar o diretório original (não criptografado).
Como descompactar pastas protegidas com senha através do ZIP
Você pode descompactar o arquivo .ZIP
protegido através de qualquer software com suporte ao formato, e tanto faz se você realizará o processo através da linha de comando ou de uma interface gráfica.
A senha será sempre solicitada, e você pode utilizar o Ark, por exemplo, ou então o 7-zip (ambos open source).
Porém, como você protegeu sua pasta através do prompt de comando, vamos realizar agora o processo inverso, ou seja, vamos descompactar o arquivo compactado e protegido.
Assim, ainda no terminal, use um comando com a seguinte sintaxe:
unzip [nome_Do_Arquivo.zip]
Por exemplo, para descompactar o arquivo criado durante o capítulo anterior, basta usar o seguinte comando:
unzip criptografadoTeclinux.zip
Neste momento, a senha será solicitada no prompt, informe-a e aguarde a extração.
Obs: vale ressaltar que neste caso o utilitário ZIP monta a estrutura de diretórios e subdiretórios mesmo se a senha não for informada (ou for informada incorretamente). Porém, todos os arquivos somente são restaurados mediante a informação da senha correta.
Conclusão
Existem diversos métodos que você pode utilizar para proteger arquivos e pastas através de uma senha. Através deste guia, você conheceu tanto métodos que funcionam via linha de comando quanto métodos através de uma interface gráfica.
Dentre as opções aqui apresentadas, devo dizer que minha preferência atual é pelo VeraCrypt, uma vez que através da ferramenta podemos criar volumes criptografados em qualquer local, sendo que tais volumes podem conter pastas e arquivos.
Tais volumes, além disso, podem ser copiados para um pen drive ou até mesmo para uma conta de armazenamento em nuvem, o que pode garantir ainda mais segurança e privacidade.
Obviamente, a opção por uma ferramenta depende bastante das necessidades e preferências do usuário, e o AES Crypt, por exemplo, também pode representar uma solução rápida e muito funcional.
Lembre-se de que proteger arquivos e diretórios com senha é essencial se você deseja manter seus dados à salvo, e tanto em computadores compartilhados quanto para manter a privacidade.
Espero que você tenha gostado deste conteúdo. E em caso de dúvidas ou sugestões, deixe um comentário.
Até a próxima!
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