Se você deseja (ou precisa) ficar de olho em informações úteis e muitas vezes essenciais, o WTF (ou Wtfutil) é uma ferramenta interessante e valiosa.

Em primeiro lugar, vale o aviso: não, não estou falando “daquele” WTF (aquele termo que, em inglês, tem um significado um tanto quanto “feio”).

Pelo contrário: o WTF objeto deste guia é algo belo e extremamente útil. Uma ferramenta através da qual você pode monitorar diversos serviços, sistemas, informações importantes, etc.

O que é o Wtfutil / WTF?

O WTF (também conhecido como Wtfutil) é um software de código aberto que permite o fácil monitoramento de inúmeros serviços, informações e sistemas.

Através dos vários módulos disponíveis, você pode criar sua própria dashboard personalizada no terminal do Linux, contendo diversas informações valiosas.

O Wtfutil é um programa escrito em Go, 100% gratuito e disponível para os sistemas operacionais Linux e macOS.

Vale ressaltar que, através dos módulos da ferramenta, você é capaz de obter, por exemplo, alertas do Datadog, dados a respeito de seus droplets na DigitalOcean, e até mesmo informações sobre eventos no Google Calendar.

O utilitário oferece até mesmo um módulo para leitura de feeds RSS, bem como dados relacionados a repositórios hospedados no GitHub.

A instalação do Wtfutil é simples e rápida. Além disso, a ferramenta é bem leve, além de ser capaz de obter dados de inúmeras fontes.

A página de módulos disponíveis conta com alternativas valiosas e interessantes, certamente capazes de suprir as mais variadas necessidades e preferências.

Você pode adicionar até mesmo relógios para diferentes timezones, informações sobre bateria (no caso de notebooks, por exemplo), dados sobre endereços IP e listas de tarefas. Tudo visando criar, é claro, a dashboard perfeita.

Como instalar o WTF / Wtfutil no Linux

Embora seja possível encontrar o utilitário em alguns repositórios (por exemplo, ele pode ser obtido através dos repositórios AUR), é mais fácil instalá-lo através do pacote disponibilizado através da página do projeto no GitHub.

Este pacote na verdade disponibiliza o software na forma de um único arquivo, um binário que pode ser copiado para qualquer local em seu computador.

Por exemplo, no caso do Linux, você pode baixar o arquivo “wtf_0.43.0_linux_amd64.tar.gz” constante em tal página.

Após o download, abra seu terminal e acesse o diretório onde o pacote foi baixado. Por exemplo, se você o baixou na pasta ~/Downloads, dentro da home do seu usuário, utilize o comando abaixo:

cd ~/Downloads

Obs: faça aqui as alterações necessárias, se necessário, alterando o caminho no caso de ter baixado em um local diferente, por exemplo.

Em seguida, você deve descompactar o pacote. Portanto, use o seguinte comando:

tar -xvf wtf_0.43.0_linux_amd64.tar.gz

Após a descompactação, um novo diretório será criado (~/Downloads/wtf_0.43.0_linux_amd64), e para facilitar as coisas, sugiro que você copie o executável do Wtfutil aí existente para um dos diretórios no PATH do sistema.

Para verificar rapidamente o PATH, use o comando abaixo:

echo $PATH

Dessa forma, você pode, por exemplo, copiar o executável para o diretório /usr/bin. Porém, antes de qualquer coisa, acesse o novo diretório (criado a partir da descompactação), através do seguinte comando:

cd wtf_0.43.0_linux_amd64

E agora faça a cópia:

sudo cp wtfutil /usr/bin/wtfutil

Finalmente, vamos ajustar as permissões do arquivo, através do comando abaixo:

sudo chmod a+x /usr/bin/wtfutil

Pronto! Você acabou de realizar os procedimentos necessários para a execução do WTF em seu sistema Linux. Para executá-lo, basta abrir qualquer emulador de terminal e utilizar o seguinte comando:

wtfutil

E assim que você executar o programa pela primeira vez, obterá uma tela muito parecida com a abaixo:

Obs: navegue através dos widgets do Wtfutil através da tecla TAB. Use o ESC para remover o foco de determinado widget.

Configuração inicial do WTF / Wtfutil

Se você reparar na imagem acima, o arquivo de configuração é mencionado no canto esquerdo. Ou seja, a configuração do software é feita através do arquivo config.yml, localizado em ~/.config/wtf.

Agora, você deve fechar o WTF (CTRL + C) e editar o arquivo de configuração através do seu editor de texto preferido. Você pode utilizar o Nano, por exemplo, e um comando como o descrito abaixo.

Antes, porém, faça um backup do arquivo de configuração, para sua segurança:

cp ~/.config/wtf/config.yml ~/.config/wtf/config.yml.bak

E agora edite o arquivo:

nano ~/.config/wtf/config.yml

Com o arquivo aberto em seu terminal, vale lembrar que você pode editá-lo e ajustar o Wtfutil de acordo com suas preferências e necessidades.

O grid inicial da dashboard (painel) disponibilizada pelo utilitário conta com um determinado número de columns (colunas) e rows (linhas).

Inicialmente, o grid possui 5 colunas com uma determinada quantidade de caracteres. E no que diz respeito às linhas, este grid inicial conta com 6 linhas, também com uma determinada quantidade de caracteres, cada.

Este conjunto de informações relacionado ao grid da dashboard é representado do seguinte modo:

grid:
    columns: [32, 32, 32, 32, 90]
    rows: [10, 10, 10, 4, 4, 90]

Agora (e lembrando também que você já fez um backup do arquivo – veja acima), vamos alterar o grid do Wtfutil de modo que a visualização fique mais confortável. Vamos trabalhar por enquanto com 2 colunas, essencialmente.

Neste caso, altere a seção do grid no arquivo de configuração, de modo que ela fique da seguinte forma:

grid:
    columns: [50, 50]
    rows: [10, 10, 10, 10]

Salve agora as modificações e feche o arquivo config.yml (no Nano, utilize CTRL + O seguido de um ENTER para salvar, e CTRL + X para fechar o arquivo).

Execute novamente o software no terminal, através do comando wtfutil, e você perceberá que o layout mudou e agora ficou bem mais confortável. Não existe mais nenhum conteúdo “além da margem direita”:

Sugestões de configurações do Wtfutil

Observe que as configurações acima, relacionadas ao grid (colunas, linhas), são apenas uma sugestão. Você pode definir os valores que julgar melhor.

Além disso, esta configuração em especial pode parecer um pouco confusa a princípio. Porém, os desenvolvedores elaboraram uma página explicativa relacionada, a qual você pode conferir através deste link.

Mas não é difícil configurar o seu painel no Wtfutil. Por exemplo, para eliminar a exibição do arquivo de configuração na dashboard (veja na imagem acima, à esquerda), edite novamente o arquivo.

Nele, localize o módulo textfile (sim, este também é um módulo) e altere-o de enabled: true para enabled: false.

Além disso, vamos agora adicionar/alterar um feed RSS de notícias. Localize o módulo feedreader e altere a URL do feed (você pode adicionar vários feeds, um por linha e sempre iniciando por um traço). Adicione o endereço do feed que você desejar.

E finalizando os ajustes da sua dashboard (pelo menos por enquanto), vamos alterar o grid novamente, pois ele ficou um tanto quanto “estranho” após a remoção do módulo textfile (veja acima).

Assim, altere o grid da seguinte maneira. Localize, no arquivo de configuração, a seção grid, e altere-a de modo que ela fique da seguinte forma:

grid:
    columns: [1, 45]
    rows: [5]

Salve as modificações, feche o arquivo de configuração e abra o Wtfutil novamente. Veja agora como a dashboard ficou:

No exemplo acima, aliás, note também que eu utilizei o feed do próprio TecLinux (via módulo feedreader), além de ter alterado a timezone para São Paulo (no módulo clocks).

E, é claro: você pode configurar conforme achar melhor, adicionando e removendo módulos, modificando o layout, etc.

Não deixe de conferir a página de módulos do Wtfutil, para conhecer e habilitar diversos módulos interessantes (link no primeiro capítulo – acima).

Instalando novos módulos

A instalação de módulos no Wtfutil é muito simples. Você só precisa encontrar o módulo desejado, através da página de módulos (veja link acima), copiar o código relacionado, colá-lo no arquivo ~/.config/wtf/config.yml e realizar então as modificações necessárias.

Por exemplo, digamos que você deseja instalar o módulo “Security”. Acesse a página do mesmo, copie o código necessário, cole-o no arquivo de configuração, salve a alteração e inicie o WTF.

A título de exemplo, segue abaixo o código completo do módulo “Security”:

security:
  enabled: true
  position:
    top: 1
    left: 2
    height: 1
    width: 1
  refreshInterval: 1h

Apenas é necessário, neste ponto, ajustar o posicionamento do módulo, através das respectivas opções constantes em “position” (veja acima). Talvez também seja necessário ajustar a configuração do grid da dashboard (veja detalhes acima).

De qualquer modo, o procedimento de instalação de módulos adicionais muda bem pouco, pelo menos no que diz respeito às informações básicas, essenciais.

Conclusão

O WTF / Wtfutil é uma ferramenta bem interessante. Um utilitário que funciona através do terminal do Linux e é capaz de buscar informações de várias fontes diferentes.

Através dele, você pode monitorar uma série de atividades, e até mesmo lidar com listas de tarefas e eventos no Google Calendar, por exemplo.

Espero que este conteúdo tenha lhe agradado, e em caso de dúvidas, por favor, não hesite em deixar um comentário.

Até a próxima!