O VirtualBox é um excelente software de virtualização, através do qual você pode executar diversos sistemas operacionais em um único computador.
Este guia conta com detalhes da ferramenta, bem como instruções passo a passo para a criação de uma máquina virtual no Linux.
Fiz questão de cobrir desde o download e instalação do VirtualBox até a criação de uma máquina virtual e a instalação de um sistema operacional na mesma.
Seguindo todos os procedimentos deste guia, você terá em seu computador uma máquina virtual plenamente funcional.
Introdução às máquinas virtuais
Antes de criar sua primeira máquina virtual no Linux através do VirtualBox, é interessante que você entenda o que é uma máquina virtual, bem como o que é o VirtualBox.
Em primeiro lugar, vale destacar que uma máquina virtual (virtual machine, ou VM) é um software que cria um ambiente virtual dentro de uma máquina física.
Ferramentas de virtualização podem ser usadas para a execução de diversos sistemas operacionais (além de outros tipos de programas) em um mesmo computador.
Assim, perceba que máquinas virtuais simulam um determinado hardware. Através delas, você pode testar vários outros sistemas operacionais, sem ter de lidar com dual boot, por exemplo.
Tudo acontece em um ambiente isolado, para o qual você também define detalhes relacionados ao acesso a dispositivos, quantidade de memória, recursos de rede e espaço em disco alocado, dentre outros.
Observe que, dessa forma, há muito mais segurança em situações em que você deseja testar um novo sistema operacional, uma nova distro Linux, por exemplo.
Você pode até mesmo imaginar que os sistemas operacionais instalados nas suas máquinas virtuais são como aplicativos que você pode iniciar e parar a qualquer momento.
Introdução ao VirtualBox
Nesse sentido, chegou o momento de você conhecer o VirtualBox. Trata-se de um software de virtualização da Oracle, o qual é open source e 100% gratuito.
A ferramenta está disponível para diversos sistemas operacionais, incluindo Windows e Linux. Além disso, o programa é muito poderoso, contando também com vários recursos avançados.
Através do VirtualBox, você pode criar diversas máquinas virtuais. Cada uma destas máquinas virtuais é conhecida como um sistema convidado (guest OS), enquanto a máquina física, onde você tem o sistema operacional devidamente instalado, é chamada de sistema hospedeiro (host OS).
Através do software de código aberto da Oracle, além disso, você pode criar máquinas virtuais totalmente isoladas umas das outras, bem como do sistema operacional host.
Dessa forma, quaisquer eventuais problemas em uma delas não afetarão as outras máquinas virtuais, muito menos o sistema operacional hospedeiro.
Utilizando o VirtualBox, você pode instalar vários sistemas operacionais dentro de uma mesma distribuição Linux, e executá-los (ou pará-los) quando bem entender; também é possível instalar programas nas máquinas virtuais, é claro.
Observe que também é possível instalar o software de virtualização no Windows, por exemplo, e em uma máquina virtual testar então inúmeras distros Linux. Porém, este guia cobre apenas o uso da ferramenta no Linux.
Em suma, através do VirtualBox e dentro do escopo deste guia, você pode instalar e testar praticamente qualquer distro (além do Windows, é claro) dentro do seu ambiente Linux padrão, sem nenhuma complicação.
Como instalar o VirtualBox no Linux
O aplicativo de código aberto pode ser facilmente encontrado em diversos repositórios. É até mesmo possível que você o instale através da loja de aplicativos da sua distro.
A instalação da ferramenta é muito simples, dessa forma. Porém, a página de downloads no site oficial também disponibiliza pacotes .DEB
e .RPM
.
Além disso, seguem abaixo detalhes de instalação da ferramenta de virtualização relacionados a algumas distros e formatos.
Instalando o VirtualBox no Ubuntu
Para instalar o software no Ubuntu, basta utilizar o comando abaixo:
sudo apt install virtualbox
Instalando o VirtualBox no Arch Linux, Manjaro e derivados
sudo pacman -S virtualbox
Como instalar o VirtualBox no Fedora
sudo dnf install virtualbox
Instalando o VirtualBox a partir de um pacote .DEB
Se você baixou o pacote .DEB
do site oficial da ferramenta (link acima), utilize os comandos abaixo para instalá-lo.
Antes de mais nada, acesse o diretório onde o pacote foi baixado, através do comando cd
. Em seguida, utilize um comando com a sintaxe abaixo:
sudo dpkg -i [nome_Do_Pacote.deb]
Por exemplo:
sudo dpkg -i virtualbox-7.0_7.0.8-156879~Ubuntu~jammy_amd64.deb
Apenas faça as devidas e necessárias alterações, de acordo com caminhos e nomes de arquivos.
Instalando o VirtualBox a partir de um pacote .RPM
Por outro lado, se você baixou o pacote .RPM
no site oficial da ferramenta, utilize os comandos abaixo para a instalação.
Através do uso do comando cd
, acesse o diretório onde o pacote foi baixado. A seguir, use um comando com a sintaxe abaixo:
sudo rpm -i [nome_Do_Pacote.rpm]
Por exemplo:
sudo rpm -i VirtualBox-7.0-7.0.8_156879_fedora36-1.x86_64.rpm
Como criar uma máquina virtual no VirtualBox
Agora que você instalou o software de virtualização no seu sistema Linux, confira como se dá o processo de criação de uma máquina virtual.
Para efeitos de teste, utilizarei uma imagem ISO do Ubuntu 22.04 LTS. Mas você pode baixar a ISO de sua preferência.
Informações básicas da máquina virtual
Em primeiro lugar, procure pelo VirtualBox em seu menu de aplicativos, ou então em sua dock, por exemplo, e abra-o.
Na janela principal do software, clique no botão “Novo”. A seguir, uma nova janela é aberta, e nela é necessário que você informe alguns detalhes, conforme abaixo:
- Nome: informe um nome qualquer para a máquina virtual. Por exemplo: “Ubuntu”;
- Pasta: você pode informar um outro caminho, porém, para facilitar, deixe o padrão selecionado;
- Imagem ISO: informe o caminho para a imagem ISO que você baixou. Clique na “seta para baixo” e use então a opção “Outro”. A seguir, localize a imagem e clique duas vezes nela, para selecioná-la.
Obs: você também pode deixar para informar a imagem ISO posteriormente. Porém, deste modo (informando o caminho para a imagem durante este primeiro passo) é muito mais simples e direto.
Neste momento, observe que o VirtualBox preenche automaticamente os campos “Tipo” e “Versão”:
Agora clique no botão “Próximo”.
Definindo o hardware da máquina virtual
Na próxima tela, você deve informar alguns detalhes muito importantes:
- Total de memória RAM que será alocada para a máquina virtual;
- Número de CPUs que serão dedicadas à máquina virtual.
Lembre-se de definir uma quantidade razoável de memória e de processamento. Defina valores que sejam suficientes para o sistema operacional que você está instalando, mas que não causem problemas ao seu S.O. hospedeiro.
O assistente de criação pode ajudar você. Ou seja, tanto em “Memória base” quanto em “Processadores”, não mova o botão/slider além da área verde. Não avance sobre a área vermelha.
Após definir os dois valores, de acordo com a imagem acima, clique em “Próximo”.
Chegou o momento de definir o tamanho do disco virtual da sua VM. É importante salientar que você também deve ter cuidado, neste ponto. Defina um valor que seja suficiente (e com uma certa folga) para o OS que você vai instalar.
Assim, deixe a opção padrão marcada (Criar um novo disco rígido virtual agora), informe um valor razoável no campo ao lado, e clique no botão “Próximo”:
Após inserir as informações referentes ao disco rígido virtual, você será direcionado a uma tela contendo um pequeno resumo de tudo o que será feito.
Tudo estando OK, basta clicar no botão “Finalizar”. Caso algo esteja errado e/ou diferente daquilo que você deseja, basta utilizar o botão “Voltar” até chegar na tela desejada, para que o problema seja corrigido.
Trabalhando com o VirtualBox
Após os procedimentos acima, sua máquina virtual foi criada. Não se preocupe se, neste momento, um erro aparecer na janela principal do software de virtualização.
Tudo continua OK, desde que você tenha seguido exatamente os passos acima. Agora, na janela inicial do VirtualBox, repare que a máquina virtual é listada, porém seu status consta como “Desligado”.
Iniciando uma máquina virtual no VirtualBox
Para iniciar a máquina virtual, basta clicar duas vezes sobre ela. Alternativamente, você pode clicar sobre a VM com o botão direito do mouse e, no menu de contexto, utilizar as opções “Iniciar” ==> “Início normal”.
Obs: também é exibido um botão “Iniciar”, na barra de ferramentas, assim que você seleciona a máquina virtual.
Instalando um sistema operacional no VirtualBox
Uma vez que você seguiu todos os procedimentos acima, incluindo a inicialização da máquina virtual, a tela do instalador da distro Linux desejada será exibida.
Lembre-se de que estamos em uma máquina virtual. Um ambiente que simula um hardware real, físico, e no qual o sistema operacional ainda não foi instalado.
Continuando com nossos testes, a tela de instalação do Ubuntu, portanto, será exibida. A partir daqui, basta prosseguir normalmente, como você faria se estivesse instalando a distro em uma máquina “de verdade”.
E não se preocupe quando for perguntado, durante a instalação do novo sistema operacional, se o disco deve ser apagado.
Você pode tranquilamente responder “Sim”, pois trata-se apenas do disco virtual da sua máquina virtual.
E de agora em diante (após o término da instalação), sempre que você iniciar a máquina virtual, o sistema operacional instalado será iniciado automaticamente.
Conclusão
Como você pôde perceber, o VirtualBox é uma ferramenta fantástica, além de totalmente gratuito. Com ele, você pode criar e executar máquinas virtuais no Linux (e em outros sistemas operacionais) de forma muito simples.
Assim, você pode inclusive testar diversos sistemas operacionais diferentes, bem como explorar aplicativos de forma segura, em um ambiente totalmente isolado.
Através deste guia, você conferiu detalhes sobre a instalação e uso do VirtualBox no Linux. Além disso, vale também a pena lembrar que o programa de virtualização permite que você execute várias máquinas virtuais, de forma simultânea.
Espero que este conteúdo tenha lhe agradado, e em caso de dúvidas, por favor, não hesite em deixar um comentário.
Até a próxima!
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