Você já passou pela triste experiência de realizar alguma configuração ou instalação no Linux e, logo depois, notar que acabou “quebrando o sistema”? Se sim, um software como o Timeshift deve então ser considerado.
Em primeiro lugar, vale lembrar que outros sistemas operacionais também possuem ferramentas similares ao Timeshift. No Windows, por exemplo, temos os pontos de restauração, e no Mac temos o Time Machine.
Porém, neste tutorial falarei apenas a respeito da ferramenta disponível para o Linux. Continue lendo, portanto, para aprender a deixar seu sistema à salvo de problemas.
Entendendo o Timeshift
O Timeshift é um software gratuito para download e uso (ele é open source). Criado por um desenvolvedor chamado Tony George, o aplicativo permite que o usuário crie pontos de restauração do sistema (ele também permite restaurações, obviamente).
O programa captura snapshots (instantâneos) incrementais do sistema de tempos em tempos, e assim permite que eventuais problemas sejam solucionados.
Dessa forma, um sistema onde alguma modificação desastrosa ocorreu pode ser “consertado” de forma simples. Basta “voltar no tempo” através do Timeshift, restaurando um snapshot capturado antes da tal modificação.
O aplicativo faz backups periódicos do sistema de arquivos e de todas as suas configurações através de rsync. Assim, como você pode perceber, ele é essencial em seu desktop Linux.
Nesse sentido, vale também a pena avisar que, por padrão, o Timeshift não faz backup das pastas /home e root. Isto pode ser alterado, porém, como veremos abaixo.
Como instalar o Timeshift no Linux
O Timeshift foi incluído no Linux Mint em 2018, e no último mês de Junho, a equipe responsável pela distro assumiu a manutenção da aplicação.
Apesar disso, é possível instalar o software open source em diversas distribuições, conforme abaixo.
Como instalar o Timeshift no Ubuntu, Debian e derivados
Em primeiro lugar, você deve adicionar um repositório PPA através do comando abaixo:
sudo add-apt-repository -y ppa:teejee2008/timeshift
Agora, atualize o gerenciador de pacotes do seu sistema:
sudo apt-get update
Por fim, instale o Timeshift:
sudo apt-get install timeshift
Como instalar o Timeshift no Fedora
sudo dnf update
sudo dnf install timeshift
Como instalar o Timeshift no Arch Linux e derivados
sudo pacman -S timeshift
Usando o Timeshift
Após a instalação do programa, você deve fazer alguns ajustes iniciais para que tudo funcione perfeitamente.
Porém, o software conta com um prático assistente, que guia você durante todo o processo e inclusive cria um agendamento dos backups.
Há também um botão chamado “Assistente” na barra de ferramentas, o qual exibe o assistente sempre que for necessário.
Nesse sentido, dê uma olhada na tela inicial do Timeshift:
Criando backups automáticos de um sistema Linux
Clique no botão destacado na imagem acima, caso o assistente não tenha aparecido de forma automática.
Na próxima tela, selecione o tipo de backup. Porém, minha recomendação é: deixe o rsync selecionado.
Após selecionar o rsync, clique no botão “Próximo”:
Nesta tela, preste muita atenção. Você deve selecionar o local onde os snapshots, ou seja, os pontos de restauração, serão armazenados.
Você pode utilizar qualquer partição, mas vale lembrar que partições com sistemas de arquivos NTFS ou FAT, por exemplo, não são suportadas.
Além disso, o Timeshift não é capaz de armazenar os instantâneos em computadores da rede ou remotos.
Assim, use uma partição ou até mesmo um disco especialmente dedicado ao programa. Isto evitará que você tenha problemas em uma eventual restauração.
Depois que o disco ou partição foi selecionado, você deve clicar em “Próximo”. Chegou o momento de realizar o agendamento. Ou seja, na próxima tela, você definirá a periodicidade dos backups:
Você pode agendar backups mensais, semanais, diários e até mesmo de hora em hora. Da mesma forma, você pode especificar a quantidade de pontos de restauração que serão mantidos.
Obs: o Timeshift pode enviar e-mails relacionados às tarefas agendadas na crontab. Sem entrar em detalhes a respeito das tarefas do cron, entretanto, sugiro que você marque a opção “Parar emails do cron para tarefas agendadas”, até mesmo porque o envio das mensagens exige a instalação de um utilitário como o ssmtp, por exemplo.
Agora, clique em “Próximo” e você verá uma tela semelhante à abaixo. Observe que o software exclui automaticamente os diretórios /home e root, por exemplo.
Você pode incluí-los ou não. Isto fica a seu critério (lembre-se de reservar o espaço necessário):
Finalmente, clique em “Próximo” e a seguir em “Finalizar”. A configuração inicial foi concluída e os backups ocorrerão conforme o agendamento.
Criando backups manuais de um sistema Linux
Aqui, não há segredo algum. Apenas clique no botão “Criar”, e o Timeshift iniciará a geração de um novo backup. É muito simples.
Restaurando um sistema Linux através do Timeshift
Digamos, por exemplo, que algo no seu sistema vai mal. Após determinada instalação ou configuração, seu sistema pode estar apresentando problemas, falhas, erros diversos.
Assim, é muito simples reverter todas as alterações para um estado anterior. Ou seja, com o Timeshift instalado e funcionando, você pode reverter para qualquer ponto de restauração anterior.
Para iniciar a restauração, basta clicar no instantâneo desejado e a seguir clicar em “Restaurar”. É realmente simples assim:
Vale lembrar que o procedimento acima pode ser realizado se você ainda tiver acesso à interface gráfica. Agora, caso isto não seja possível, faça o seguinte:
A. Crie um disco live USB contendo a imagem de uma distribuição qualquer. Pode ser o Ubuntu, por exemplo (neste guia você encontra um tutorial completo a respeito);
B. Em seguida, dê boot no computador através do pen drive onde você gravou a ISO da distro Linux;
C. Após acessar o ambiente gráfico da distro, baixe e instale o Timeshift (execute os procedimentos de instalação que constam acima);
D. Abra o Timeshift e, finalmente, selecione um snapshot. A seguir clique no botão “Restaurar”. Pronto!
Algumas considerações sobre o Timeshift
É importante destacar que o software deve ser utilizado apenas para a criação de pontos de restauração do sistema. Para backups tradicionais, de diretórios e arquivos do usuário, é bom optar por uma outra solução.
Neste caso, você pode usar até mesmo o rsync, por rexemplo. O rsync é uma ferramenta sensacional, e eu ainda devo preparar um artigo sobre ela. Aguarde!
De qualquer forma, o Timeshift é uma ótima solução, e certamente supre todas as necessidades no quesito “backup e restauração de sistema”.
O programa também armazena logs detalhados de todas as operações realizadas (você pode acessá-los através do caminho “Menu” ==> “Visualizar registros do Timeshift”).
Você pode até mesmo abrir estes logs através de um editor de textos qualquer. Eles são armazenados em /var/log/timeshift
.
Conclusão
Desse modo, chegamos ao final de mais um guia no TecLinux. Como você pôde perceber, o Timeshift é uma excelente ferramenta, capaz de adicionar a sistemas Linux a funcionalidade extremamente útil de pontos de restauração.
Nesse sentido, é importante também ressaltar que a ferramenta criada por Tony George pode garantir muito mais tranquilidade em nosso uso diário do Linux, uma vez que sempre será possível usar uma ótima “máquina do tempo” para desfazer modificações desastrosas.
O Timeshift é mais um daqueles programas verdadeiramente essenciais, no Linux.
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